4 de novembro de 2010

3ª Enquete: Você é vegetariano?

Esse post abre uma Nova Enquete do Blog Alô Bairro Demétria:

-Você é vegetariano? 

Participem!


Entrevista com Jonathan Safran Foer:
Sobre seu livro Eating animals:
Há quem pense que o grito de alarme sobre o aquecimento global é exagerado ou até uma fraude…
Bem, não estou entre eles. É um dos grandes temas destes anos, ao qual não podemos não prestar a máxima atenção. E, quero repetir, a defesa do meio ambiente e o respeito pelos animais são duas faces da mesma moeda.
No capítulo introdutório, você escreve que quer “compreender o que é a carne”. Que resposta encontrou?
Que comemos porque queremos. Comemos porque a carne é boa. Tem um sabor bom, um cheiro bom. Não existem outras explicações honestas e, na realidade, nem podemos ignorá-las. A carne também é religião, cultura e memória. Pense, por exemplo, no que significa para nós, norte-americanos, o churrasco do 04 de julho. Pense nas horas passadas com os pais e os avós, naquilo que eles nos contavam enquanto comíamos. É verdade que a carne torna a nossa vida mais bonita, mas a minha pergunta é: podemos continuar comendo sem nos interrogar e sem nos preocupar?
Um dos elementos mais inquietadores do livro é a constatação de que o massacre de animais caminha ao lado da sua despersonalização: massacra-se uma quantidade imensa de animais por não considerá-los individualmente.
Há quem chegou a construir uma analogia com os genocídios e até com o Holocausto. Trata-se de uma analogia que não me agrada e, além disso, não é nem necessária para demonstrar o que eu tenho no coração. A minha posição não é nem extrema: basta ver um criadouro para entender do que estou falando. Tenho uma posição prática, não filosófica.
Você visitou um matadouro chamado Paradise Cocker Meats, um lugar civilizado e administrado por pessoas sensíveis. O proprietário, chamado Mario, lhe ofecereu carne de porco para comer. Você preferiu responder dando uma desculpa religiosa: “Não é kosher” [alimentos que obedecem à lei judaica].
Eu menti, porque justamente não conseguia comer, mas não queria ofender Mario, uma ótima pessoa que queria ser gentil. O seu modo era de partir o pão comigo: apreciei sinceramente o seu gesto, mas continuo não justificando a violência e a injustiça daquilo que ele fazia.
Mas você lembra também que a sua avó, depois de ter sobrevivido ao Holocausto, recusa a primeira carne que lhe é oferecida, dizendo, ao invés, a verdade sobre o fato de não ser kosher.
Minha avó não é vegetariana, mas o que ela queria me ensinar quando me contou esse episódio era de fazer sempre a coisa certa. No meu caso, não existe um grande risco de dizer “não”. Dito isso, ela teria gostado se a minha escolha tivesse sido motivada por questões religiosas.
Você define o livro não como uma defesa de sermos vegetarianos, mas como um convite a estarmos informados e assumir a responsabilidade.
Seria ingênuo se pensasse em convencer as pessoas a se tornarem vegetarianas. A minha pergunta é: “Interessa-lhe ou não saber o que significa comer os animais?”. E existe uma hipocrisia e uma ignorância enormes com relação a isso. Como o respeito ao meio ambiente: preferimos não pensar. Começando pelo que é aprovado, os homens são por natureza falíveis e frágeis.
Você escreve: “O alimento não é racional. É cultura, hábito e identidade. Para alguns, a irracionalidade conduz a uma forma de resignação”.
A nossa vida é caracterizada pela busca de exceções e de escapatórias. Não me refiro só à comida, mas às grandes escolhas culturais e religiosas.
Você teoriza que as comidas “cruéis e destrutivas deveriam ser consideradas ilegais”.
Estou convencido disso. É preciso tomar disposições semelhantes, por exemplo, às tomadas para preservar as crianças dos videogames violentos. Há poucos dias, li no New York Times, jornal cauto sobre as batalhas ambientais, um apelo para defender o atum como espécie em risco. Cada um deveria se perguntar sobre a eventualidade de extinção de uma espécie animal.
Os homens sempre comerão carne?
Não sei. Agora, parece justamente que sim. Porém, a história nos ensinou que a humanidade é capaz de mudanças inesperadas e surpreendentes. Há 100 anos, ninguém imaginaria que as mulheres não seriam mais consideradas como cidadãs de segunda classe. E há só 10 anos, ninguém apostaria em um presidente negro na Casa Branca.
Você sente falta da carne?
Sim, muito. Como de muitas outras coisas. Há instintos que suprimimos: ver uma pessoa que nos gosta e pensar em ter uma relação. Se sabemos que é errado, devemos conseguir não fazer nada. Certamente, isso nos custa, mas suprimir um desejo às vezes pode levar à realização de algo maior.

A reportagem é de Antonio Monda, publicada no jornal La Repubblica, 26-11-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto


FONTE


Um comentário:

  1. Há uns 15 anos li uma observação da ONU que dizia que a terra tinha capacidade de produção de alimentos para 8 bilhões de pessoas, mas se todos fossem vegetarianos, subiria para mais de 15 bilhões. Tirando isso, um bom motivo para não se comer carnes é o fato de você não se alimentar mais dos elementos contidos no processo de decomposição dos corpos (cadaverina e putrecina, que se não são decompostos acentuadamente antes serem ingeridas, em função das formas de concervação, seráo, com certeza decompostos em seu intestino, já que uma pessoa de 60 anos, por exemplo, pode ainda ter detritos alimentares em seu intestino de sua 2ª infância. Se esses detritos forem do reino vegetal, tornar-se-ão acetobactérias, que não são prejudiciais ao organismo, mas que podem causar devertículos também, porém, em muito menos quantidade que as bactérias nocivas que se alimentam dos detritos (carniça mesmo)que ficaram parados nos seus intestinos e se proliferam, não só pelo seu intestino (grosso), mas também para o duodeno e o anus, dando ao carnívoro (melhor seria chamar-se carniceiro) uma série de problemas, incluindo o próprio câncer de intestino, duodeno e anus. Tanto é assim, que existe nos EEUU um hospital chamado Hospital Anthony Hopkins, que chegou a conclusão de que se uma pessoa que tem câncer tirar da sua dieta as carnes, o sal e o açucar, os beneficiados e os condimentos industrializados, suas chaces de sarar sobem consideravelmente, e que as células cancerígenas se alimentam em primeira instância, das carnes que o cancerígeno ingere. Além do mais, o nível vibracional de uma pessoa que come carnes é muito mais baixo do que uma pessoa que não as come. Isto é um fato, implicações a parte. Por isso, seu anímico também fica comprometido, o que vem a refletir negativamente na conformação do seu corpo astral e duplo etérico, considrações a parte novamente. E vai por aí, uma série de argumentos que poderiam ir se somando, antes mesmo de se apelar de forma mais elementar sobre a importância de não se comer carnes, por exemplo, por pena do bichinho.
    Psicólogo e Mestre de Yôga Antigo SERGIO ESPOSTO

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