Mais um interessante artigo do professor Gil Felippe, autor do livro citado ontem aqui no Blog em outro post: Venenosas – plantas que matam também curam. A planta que hoje ele nos descreve as características tóxicas é também bastante encontrada em muitos jardins do bairro Demétria.
CAMARÁ
A família Verbenaceae (dicot., 41 gêneros e 950 espécies) é tropical, especialmente da América do Sul, com poucas espécies de clima temperado. Suas espécies são ervas, arbustos, lianas e árvores pequenas. Em geral as plantas têm espinhos. As folhas são simples e as flores hermafroditas.
CAMARÁ
A ingestão de frutos jovens e folhas de camará, cambará, cambará-de-cheiro, camaradinha ou lantana causa intoxicação. Isto porque apresenta, principalmente nas folhas e frutos, triterpenoides tóxicos, as lantadenas A e B. Os sintomas aparecem algumas horas após a ingestão e incluem náuseas, vômitos, diarréia, fraqueza, letargia, respiração lenta e difícil, cianose, fotofobia e pode chegar ao óbito. No gado causa fotossensibilização hepatógena, quando as toxinas causam lesão no fígado, com consequente distúrbio hepático; não havendo desintoxicação do organismo, as substâncias vão se acumular na circulação periférica e com a incidência de luz solar aparecerão lesões na pele. Assim sendo, o envenenamento por camará causa acentuada icterícia, lesões de fotossensibilização, constipação e edema sub-cutâneo dos membros em bovinos. A intoxicação é leve até10g/kg do boi e com 20g/kg é grave. Há efeito cumulativo. De um modo geral, a intoxicação só ocorre se os animais estão famintos ou são transferidos de pasto; normalmente eles pastam um pouco do camará sem efeitos nocivos. O primeiro sintoma após a ingestão da planta em quantidade alta é a diminuição do apetite, seguida de icterícia e modifiação da urina (que fica amarelo-escura). Os animais mostram grande inquietação quando expostos ao sol; apareceram as lesões de fotossensibilização nas partes despigmentadas do corpo, que se caracterizam por vermelhidão, edema, aparecimento de exsudato e formação de fendas e mumificação da pele nas áreas afetadas.
Em paisagismo é utilizada para formar maciços e bordaduras ao longo de muros e paredes. É usada também como planta para vasos. É resistente às geadas. O camará deve ser cultivado a pleno sol, em solo fértil enriquecido com composto orgânico, com regas periódicas. Tem grande potencial invasivo, tornando-se daninha.
Os ramos e as folhas, cobertos de pêlos, quando esmagados liberam um cheiro desagradável, que lembra a urina de gatos.
Lantana camara L. é originária da América tropical, Américas do Sul e Central. É um arbusto pequeno perene, com caule muito ramificado até a raiz, galhos cruzados abundantes, com espinhos nos ramos. Chega a dois metros de altura. Apresenta tanto ramos eretos como reclinados, e as folhas são ásperas. A inflorescência, um mini-buquê, é densa, com flores hermafroditas, pequenas, brancas, amarelas, alaranjadas, róseas, roxas, nas mais variadas combinações na mesma inflorescência. Algumas delas vistas à distância, são alaranjadas, mas se examinadas com cuidado as flores individuais mostram-se brancas, amarelas e vermelhas. Elas também mudam de cor à medida que envelhecem. As flores aparecem o ano todo e são apreciadas pelas borboletas. O fruto é esférico, negro, com uma semente, responsável pela propagação e por estacas caulinares.
Ilustrações
Maria Cecília Tomasi
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