26 de outubro de 2010

Ortorexia Nervosa – quando o comer saudavelmente está longe de ser saudável

Esse tema foi comentado na lista  Yahoo do Alô Bairro Demétria e resolvi postar um artigo aqui no Blog para fomentar a reflexão e o debate:
Um novo tipo de desordem alimentar tem vindo a emergir, em que as pessoas ficam com uma obsessão com a comida de forma a melhorar a sua saúde. De acordo com a Associação Suiça para a Alimentação, esta nova onda de obsessão nutricional, conhecida como “Ortorexia” ou “Ortorexia Nervosa”, da Grécia “orthos” que significa direito e correcto e “orexis” apetite, tem ganho proporções preocupantes. 
Procurando uma cura para um transtorno específico, ou simplesmente por excesso de preocupação em realizar uma alimentação saudável, os ortoréxicos desenvolvem as suas próprias regras alimentares, cada vez mais específicas. Trabalhando fora, estes gastam cada vez mais tempo a resolver com cumprir os plano dietético auto-imposto e são obrigados a planear as suas refeições com dias de antecedência. Estes tendem a ter consigo um “kit de sobrevivência” da sua própria alimentação para quando saem e que não podem comer os alimentos disponíveis por medo das gordura, de substâncias químicas ou por qualquer ingrediente que tenham fobia.
Seguir um regime destes é prova de uma grande força de vontade, pelo que se consideram pessoas superiores às pessoas que não são capazes de semelhante autocontrolo.” Quem passa o tempo comendo biscoitos de quinoa ou tofu pode sentir-se santo como se tivesse dedicado a toda a sua vida ajudando sem abrigos”, diz o Dr. Steve Bratman, que foi o primeiro homem a descrever ortorexia em 1997. Pelo contrário, se a ortorexia quebra os seus votos alimentação-saúde e se se limita à tentação dos alimentos “proibidos”, o indivíduo sente-se culpado e corrompido, o que leva a castigar-se com regras dietéticas mais restritas ou de abstinência. O seu comportamento alimentar é semelhante aos que sofrem de anorexia ou bulimia nervosa, excepto na parte em que os anoréticos e bulímicos estão preocupados com a quantidade de alimentos consumidos, estes estão mais preocupados com a qualidade destes.
Na Europa somos bombardeados com informação acerca do que é “bom” e do que é “mau” para todos, a toda a hora. Os temores relacionados com a alimentação e o movimento de defesa da alimentação orgânica acrescentou ainda mais complexidade às decisões que os indivíduos têm de tomar quanto ao que devem comer. Drª Bettina Isenchmid, especialista em transtornos alimentares no L’Hôspital de l’Isle em Berne, acredita que esta obsessão por alimentos bons e maus é um problema e provoca uma relação cada vez mais neurótica entre os consumidores, da sociedade moderna ocidental, e a alimentação. A saúde é actualmente muito importante, para muitos europeus, na hora em que planeiam o seu menu alimentar. Como podemos nós alcançar um equilíbrio correcto para comer saudável, sem este se tornar uma obsessão?
Tal como em muitos outros aspectos da dieta, a chave é a moderação. Uma alteração nas escolhas alimentares deve ser gradual e de uma forma que motive, tendo em conta os gostos e o estilo de vida do indivíduo. Comer mais saudavelmente tem efeitos positivos na saúde, excepto deixar de desfrutar da vida ou afectar o relacionamento com os outros. Para comprovar se alguém tem em mente alimentar-se de forma saudável, ou se está obcecado com o assunto, sugere-se que  leia na página de origem desse texto, o “Teste de Bratman para a ortorexia”.

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