18 de fevereiro de 2014

Plantas exóticas podem causar problemas ambientais?



 Plantas exóticas podem causar problemas ambientais?

Sabemos que o Planeta Terra passa por seu maior período de extinção de espécies, uma grande perda da biodiversidade devido à ação humana. O desmatamento é uma das maiores causas, porém há outras mais sutis como a introdução de espécies exóticas em um ecossistema.
Espécies exóticas são espécies que se originaram em um determinado local segundo os princípios biológicos evolutivos, e foram introduzidas num local diferente do que as originou, onde elas não existiam naturalmente.
Lembremo-nos da sabedoria da natureza que rege a vida na Terra, imaginemos uma planta que se originou num dado local na Terra e por certas razões como barreiras naturais ela não consegue se espalhar pelo globo terrestre. Será que se a movermos para um local onde ela não existia antes não será causa de algum desequilíbrio ambiental?
Essa introdução em um ecossistema onde a espécie não existia causa um distúrbio nas relações entre as espécies nativas, podendo alterar também o ambiente físico em questão.
Um exemplo em nosso bairro é o Ipê-de-jardim (Tecoma stans), que é um problema no Brasil todo, porque além dessa planta ser exótica ela possui a característica de invasora (espécies que invadem os ecossistemas naturais e se proliferam abundantemente, suprimindo o crescimento de outras espécies e alterando a estrutura do ecossistema, do ambiente, do solo, a teia trófica, etc.).
O Tecoma stans tem sua origem no México. Produz muitas sementes que são dispersas pelo vento, atingindo longas distâncias. É conhecido por invadir pastos, Cerrados, Floresta Atlântica Estacional Semidecidual e outras formações vegetais. Aqui em Botucatu, esta planta invadiu uma grande área de APP (área de preservação permanente) em frente de Cuesta, na Fazenda Experimental Edgárdia, próximo à Vitoriana. Esta área é uma transição de Cerradão com Mata Atlântica Estacional Semidecidual, e o Ipê-de-jardim já se encontra dentro da mata alterando as relações entre as espécies nativas, suprimindo o crescimento de plantas nativas.
Nem todas as espécies exóticas causam distúrbios drásticos como as invasoras, porém por não terem evoluído com a flora e fauna local sempre causarão algum distúrbio biológico na teia alimentar.
Todas as plantas têm sua beleza, podemos fazer boa jardinagem com as espécies nativas preservando a biodiversidade e o meio ambiente. Encontremos um equilíbrio em nossos jardins entre espécies exóticas e nativas.

                                   Foto do Ipê-de-jardim (Tecoma stans)

Bibliografia consultada
Kranz, W.M. & Passini, T. 1997. Amarelinho: Biologia e Controle. Informe da pesquisa, nº 121, ano XVII.

Um comentário:

  1. Gostei do artigo Vitória.
    Em geral vejo as pessoas confundindo espécies exóticas com espécies invasoras, muitas vezes tratando-as como a mesma coisa, mas você destacou bem essa diferença. Um melhor entendimento sobre essas questões ajudaria muito a prevenir problemas ambientais tais como o exemplo que você cita do Ipê-de-jardim, que tem invadido Florestas Estacionais, mas também outros exemplos como o do Pinus, uma espécie com grande potencial invasor no cerrado e que continua sendo plantado de forma descuidada por aí.
    Abraço
    Diego Podadera

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