Sabemos que o
Planeta Terra passa por seu maior período de extinção de espécies, uma grande
perda da biodiversidade devido à ação humana. O desmatamento é uma das maiores
causas, porém há outras mais sutis como a introdução de espécies exóticas em um
ecossistema.
Espécies
exóticas são espécies que se originaram em um determinado local segundo os
princípios biológicos evolutivos, e foram introduzidas num local diferente do
que as originou, onde elas não existiam naturalmente.
Lembremo-nos da
sabedoria da natureza que rege a vida na Terra, imaginemos uma planta que se
originou num dado local na Terra e por certas razões como barreiras naturais
ela não consegue se espalhar pelo globo terrestre. Será que se a movermos para
um local onde ela não existia antes não será causa de algum desequilíbrio
ambiental?
Essa
introdução em um ecossistema onde a espécie não existia causa um distúrbio nas
relações entre as espécies nativas, podendo alterar também o ambiente físico em
questão.
Um exemplo em
nosso bairro é o Ipê-de-jardim (Tecoma
stans), que é um problema no Brasil todo, porque além dessa planta ser
exótica ela possui a característica de invasora (espécies que invadem os
ecossistemas naturais e se proliferam abundantemente, suprimindo o crescimento
de outras espécies e alterando a estrutura do ecossistema, do ambiente, do
solo, a teia trófica, etc.).
O Tecoma stans tem sua origem no México.
Produz muitas sementes que são dispersas pelo vento, atingindo longas
distâncias. É conhecido por invadir pastos, Cerrados, Floresta Atlântica
Estacional Semidecidual e outras formações vegetais. Aqui em Botucatu, esta
planta invadiu uma grande área de APP (área de preservação permanente) em frente
de Cuesta, na Fazenda Experimental Edgárdia, próximo à Vitoriana. Esta área é
uma transição de Cerradão com Mata Atlântica Estacional Semidecidual, e o
Ipê-de-jardim já se encontra dentro da mata alterando as relações entre as
espécies nativas, suprimindo o crescimento de plantas nativas.
Nem todas as
espécies exóticas causam distúrbios drásticos como as invasoras, porém por não
terem evoluído com a flora e fauna local sempre causarão algum distúrbio
biológico na teia alimentar.
Todas as
plantas têm sua beleza, podemos fazer boa jardinagem com as espécies nativas
preservando a biodiversidade e o meio ambiente. Encontremos um equilíbrio em
nossos jardins entre espécies exóticas e nativas.
Foto do Ipê-de-jardim (Tecoma stans)
Bibliografia consultada
Kranz, W.M. & Passini, T.
1997. Amarelinho: Biologia e Controle. Informe da pesquisa, nº 121, ano XVII.
Gostei do artigo Vitória.
ResponderExcluirEm geral vejo as pessoas confundindo espécies exóticas com espécies invasoras, muitas vezes tratando-as como a mesma coisa, mas você destacou bem essa diferença. Um melhor entendimento sobre essas questões ajudaria muito a prevenir problemas ambientais tais como o exemplo que você cita do Ipê-de-jardim, que tem invadido Florestas Estacionais, mas também outros exemplos como o do Pinus, uma espécie com grande potencial invasor no cerrado e que continua sendo plantado de forma descuidada por aí.
Abraço
Diego Podadera